Se você costuma inventar mentirinhas que parecem inofensivas regularmente, como “Não trouxe dinheiro", para não comprar algo que seu filho pediu, talvez seja bom começar a repensar. Isso porque, apesar de surtirem efeito a curto prazo, elas podem ter um impacto negativo no comportamento do seu filho na idade adulta.
Um estudo publicado em 2019 no Journal of Experimental Child Psychology, revela que os adultos que ouviram mentiras regularmente quando crianças, costumam contar mais mentiras quando crescem, em comparação com aqueles que não ouviram.
Aqueles que disseram ter sido enganados quando crianças apresentaram maior probabilidade de admitir que mentiam regularmente para os pais, além de ter problemas de conduta, experiências de culpa e vergonha, além de serem mais egoístas, impulsivos e manipuladores. "Os pais costumam mentir para economizar tempo, especialmente quando as razões reais pelas quais eles querem que os filhos façam algo são complicadas de explicar. No entanto, se eles dizem às crianças que elas devem ser honestas, mas demonstram desonestidade ao mentir, podem enviar mensagens conflitantes aos filhos.
A desonestidade dos pais acaba com a confiança e promove a desonestidade nas crianças", afirmou o principal autor do estudo, o professor Setoh Peipei, da Escola de Ciências Sociais.
"Nossa pesquisa sugere que as mentiras dos pais têm consequências negativas para as crianças a longo prazo. Os pais devem estar cientes dessas implicações potenciais e considerarem alternativas à mentira. Eles devem fornecer informações para que elas saibam o que esperar, oferecendo escolhas e solução de problemas juntos”, orientou.
Ah, a gente sabe que o estudo não abordou questões sobre o "bom velhinho" ou o coelho da Páscoa. “Pesquisas futuras devem examinar a natureza das mentiras e objetivos dos pais para que possamos sugerir que tipo de mentiras evitar", finalizou. (Fonte: Revista Crescer / Editora Abril)